

Quando chegava a frota àquela parte
Onde o Reino Melinde já se via,
De toldos adornada e leda de arte
Que bem mostra estimar o Santo dia.
Treme a bandeira, voa o estandarte,
A cor purpúrea ao longe aparecia;
Soam os atambores e pandeiros;
E assi entravam ledos e guerreiros.
Enche-se toda a praia Melindana
Da gente que vem ver a leda armada,
Gente mais verdadeira e mais humana
Que toda a doutra terra atrás deixada.
Surge diante a frota Lusitana,
Pega no fundo a âncora pesada;
Mandam fora um dos Mouros que tomaram,
Por quem sua vinda ao Rei manifestaram.
Canto II, estrofes 73 e 74.
Os Lusíadas